terça-feira, 2 de março de 2010

Professores do Estado estão em greve

Greve dos professores da rede estadual de ensino deixa 350 mil alunos sem aulas a partir de hoje. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) decidiu parar as atividades na manhã de ontem, em assembleia, data de início do ano letivo. Na manhã de hoje os professores vão às salas de aula apenas para informar aos alunos sobre a decisão da categoriaParte da pauta de reivindicações foi antecipada, segundo a presidente do Sinte, Fátima Cardoso. “Em função do calendário eleitoral — seis meses antes da eleição o governo não pode autorizar reajustes salariais —  adiantamos a parte salarial. Infraestrutura, falta de professores e condições de trabalho serão discutidas adiante”, afirmou.

Os professores querem a implementação do piso salarial, bem como o plano de carreira para os funcionários da educação e as correções quanto aos salários dos aposentados. De acordo com  a coordenação do Sinte/RN, o salário do professor do ensino médio é R$ 712,00 e o pleito é que o governo eleve para R$ 1.312,00. Já os professores do nível superior recebem R$ 930,00 e passaria para R$ 1.836,00.

A rede estadual de ensino tem 20 mil professores ativos, 13 mil aposentados e 12 mil funcionários. O comando de greve pretende mobilizar nos próximos dias professores e servidores das 756 escolas da rede estadual.

Além da greve na rede estadual, o sindicato coordena desde o último dia 18 de fevereiro a paralisação das atividades da rede municipal ensino de Natal. Na sexta-feira passada uma decisão de tutela antecipada em favor da Prefeitura de Natal, concedida pela 3ª Vara da Fazenda Pública, acatou o pedido de ilegalidade da greve. 

Grade curricular

Mudanças no modelo de ensino nas escolas da rede estadual surpreenderam estudantes e alunos na volta às aulas. A implantação “em cima da hora” da nova grade curricular, no formato semestral, anunciado às direções em reunião na última quarta-feira, com a secretaria estadual de Educação, deixou as escolas sem tempo para reorganizar os horários de aulas. Em algumas escolas, como o Colégio Atheneu, as aulas foram suspensas para que professores e direção refaçam o cronograma. 

O modelo consiste em compactar o ensino a partir da redução em 50% do número de turmas, compensados pelo dobro de aulas. Ou seja, se uma disciplina previa quatro aulas semanais para o ano inteiro, será dada em oito aulas semanais em seis meses, facilitando o aprendizado do aluno.

No entanto, a forma como foi implantada causa transtornos para os servidores uma vez que possibilita a carga horária “quebrada”. Por contrato, os professores são obrigados a cumprir 24 horas semanais. Mas a  inclusão de novas disciplinas, sem a extensão do horário de aulas, altera a distribuição de tempo, de modo que professores terão que buscar outras instituições para complementar a jornada semanal.

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